sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ENTRE O INFERNO E O CÉU

ENTRE O INFERNO E O CÉU

Deixaste seco um coração,
Incapaz de outro amor,
Esgotado e só,
Um coração de lata...
Um coração que já não tremula.
Um coração bloqueado e trancado
Por uma espécie de gélida ternura,
Planeja iras, cria tormentas,
Projeta ódios sem entusiasmo.
O que me resta?
Antigas cumplicidades,
O prazer de uma tarde solitária.
Ao passo que a vida se repete:
Lá fora o burburinho do acontecer
Aqui dentro a agonia quase transe
Da futilidade da ansiedade toda.
Meu coração não mais distingue
O deserto e o oásis,
O inferno e o céu.

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