ESTOU VIVO!
Afinal todos começam a enterrar
A minha memória recente.
Sou eu quem despojou as mãos e pés
Para estar entre os dias e noites
Com a docilidade de algumas canções
E a dureza da solidão, quadros e livros.
Agora posso sair a fumar um cigarro
Se quisesse.
Sair sem dizer para onde vou.
Os sapatos sujos ou limpos
O jaleco torto para um lado.
Agora posso voltar ou não.
Posso destinar uma saudação a alguém
Antes que o silêncio me destrua!
Agora posso sentir que existo...
Que minha sombra me acompanha...
Que estou de pé.
Ansioso, mas estou vivo!
A vida me excita a fitar os olhos da morte!
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